Se fosse possível
Ao mar, atirar-me
E acariciar com vermelho
O ego dos deuses,
Então eu o faria,
E guardaria em gaveta
Toda a vergonha trancada
Por cada não dito.
Queimaria também os meus livros,
Todos que tratam de amor,
Em ritual simbólico
De sacrifício humano,
Eu mesmo.
Trocaria o doce dos rios
Por mais um gole de saliva sua
E todo sal dos oceanos
Por mais um gole de suor seu.
Renunciaria a suspiros,
Amordaçando minha ânsia
Ao despejar em diarréia
O amarelo-covarde, a-
-tormenta do medo.
Ah! Quanto eu faria, e muito mais,
Se o condicional fosse um tempo,
Apenas um tempo verbal,
Que não dependesse, em tudo,
De minha rarefeita vontade,
Humana
E acuada.
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
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2 comentários:
;)
Muito bom Diego! Parabéns!
Como andam as coisas por aí?
Abraços!
"Ah! Quanto eu faria, e muito mais,
Se o condicional fosse um tempo,
Apenas um tempo verbal,"
Somos mesmo rarefeitos e acuados, não é mesmo? Por isso dói mais nos dias em que nossa matéria parece estranhamente pesar toneladas e invadir lucrubamente a vida...
Saudações. :)
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