Quem eu não sou, feliz é.
Quem tu és, jamais serei,
Pois contenta-te com fé,
Isto que eu jamais terei.
Se caminho só, alfim
É porque não tenho calma.
E a alma que tu vês em mim
É mais uma que não me acalma.
Pois sou nada do que sou,
E tudo que em mim existe
Não foi Ele quem me fadou,
E ainda sim não vivo triste.
Só consiste em viver só
Do mundo de toda a gente.
Onde quem sente tem dó
Sentimento em mim ausente.
Não sou nada do que sinto,
Pois nada sinto além disso:
Que sou o que minto
E minto o que pressinto.
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2 comentários:
Lembrou-me os versos de Pessoa... "não há mendigo que eu não inveje somente por não ser eu."
Abraço fraterno.
Isso também me lembra muito Fernando Pessoa, um dos meus poetas preferidos.
Talvez porque eu me identifique um pouco com essas palavras!
De qualquer jeito, mais um ótimo poema.
Beijos
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