As canções cantarei todas
Se elas cantarem a ti.
Canto o teu nome se vences
Pois para aqueles que perdem
Canções seus nomes não têm.
Inebriar-me-ei sempre
Com hidromel das vitórias
Sobre os que perdem, tão minhas,
Se com hidromel se faz
Um verdadeiro poeta.
E amanhã, quando a ressaca
Conosco não estiver,
Lembra-te que os louros de ontem
Desta coroa secaram.
E caso não venças hoje
O teu nome não será
Por qualquer canção lembrado.
Eterno assim seguirá,
Contudo, aquele que vence
Sem ter derrotado alguém
Que não somente a si mesmo.
Esquece-te da injustiça;
O problema é da memória
Que de nossa morte esquece:
É tanto aquele que vence
Quanto aquele que é vencido,
No fim das contas, pois, findos
São ambos e muito pouco
Resta, senão tal fascínio
Pelas eternas batatas.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
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4 comentários:
Gostei do "esquece a justiça, o problema é da memória..."
Ah, você não concorda com Cecilia Meireles naquele cântico? Puxa, é nos cânticos que ela traduz a eternidade de mil e uma formas... Eternidade, aliás, fantasma heraclítico (putz, soei super academicista agora... foi sem querer!:) tão presente em Ricardo Reis... ou não?
Obrigada pela visita ao Jazz e Suco de Limão. Estou sempre xeretando vocês aqui. É um prazer.
De ti me apiedo porque não tens talento. Um abraço.
Você foi o garimpado da vez no blog Garimpo Literário do Café&Revista: http://www.cafeerevista.com.br/blog.php?id=62
Apareça também no Cinco Espinhos e conheça nossa proposta.
Abraços!
(contrariando o que comentou Camila Kehl)
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