quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Semi genérico de feminilidade

Sou,
vespertina estrela que não fui,
futuro que não saberei.

Saia rendada
em voltas,
salto alto,
sandálias vermelhas,
ombros cansados,
juventude queimada.

Olho
espelho,
não penso:
sinto!,
bolhas nos pés
- é preciso
descanso!

É preciso
paciência
tecnologia de ponta
para aprisionar
os espasmos da
saia rodada rendada,
das sandálias vermelhas amarguradas.

É preciso
brinquedo,
mais que unhas
cumpridas
cintiladas.

Antes fosse apenas
preciso
brilho de estrelas
afiadas,
mas falha à memória
tempo em que com
tão muito
o pouco de alma
se acalmava.

Ser estrela -
poder ser nada
sentindo-se
tudo:
o grande absurdo
que se vê em barra
de saia
a tragédia
da renda esgarçada.

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