Sou,
vespertina estrela que não fui,
futuro que não saberei.
Saia rendada
em voltas,
salto alto,
sandálias vermelhas,
ombros cansados,
juventude queimada.
Olho
espelho,
não penso:
sinto!,
bolhas nos pés
- é preciso
descanso!
É preciso
paciência
tecnologia de ponta
para aprisionar
os espasmos da
saia rodada rendada,
das sandálias vermelhas amarguradas.
É preciso
brinquedo,
mais que unhas
cumpridas
cintiladas.
Antes fosse apenas
preciso
brilho de estrelas
afiadas,
mas falha à memória
tempo em que com
tão muito
o pouco de alma
se acalmava.
Ser estrela -
poder ser nada
sentindo-se
tudo:
o grande absurdo
que se vê em barra
de saia
a tragédia
da renda esgarçada.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
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