Não tens piedade
e não vens para gracejos.
Não nos pensa enganar
com teu precioso olhar
de pedra transparente.
De fato:
és bela!
és quase tragédia
em teus matizes de rosa
alegria desesperada.
E quanto mais distante
posso olhá-la além
tão mais cínico
se faz
teu desesperado gargalhar.
Que na tua presença
sei odiar-te amando
tua volúpia louca
de ser incompleto.
A completude da tua ausência
- não quero nem imaginar!! -
Odeio-te por te fazeres plena
quando te esvais
em trêmulos anos de procura,
de presente que se vai passando,
enquanto sei que em futuro
te irás passar.
Odeio-te, pureza,
enquanto tão mais aurora
tu te farás em silêncio!
Vida
que de tão magníficos
sentires e olhares,
se afasta em instante só
e és na treva de si mesma
tanta luz
que no seu ser escuridão
- solidão, impresente frieza -
te chamam-te morte!
sábado, 8 de dezembro de 2007
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