Eu canto as monstruosas mentiras dos poetas antigos
Nunca vistas pelos olhos humanos, quer agora quer então.
Nunca vistas pelos olhos humanos, quer agora quer então.
– Ovídio
Morte aos poetas imundos
Que da sujeira não são
Nem nunca foram bem limpos.
Guilhotina às poetisas
Que gozaram tantas vezes
No silêncio de entrelinhas,
Obliterando as vergonhas
Com tão frígidas estrofes.
Chega de ninfas do Tejo
– Pois as ninfas não existem
Das pedras pelo caminho
– Caminhos não são de pedras?
E da imensidão salgada
– Seja teu choro ou teu mar!
Que explodam em cataclismos
Os pastorzinhos restantes,
Adoradores dos ventos,
Dos vastos verdes dos bancos.
Quanta assimetria em versos!
São tantas razões impuras
Que não mais reluz, nem ouro,
O tesouro dos sonetos.
Muitos mapas desenhados
Com proporções duvidosas.
Mundo a partir de outro mundo
Um mesmo mundo há de ser
Terrivelmente infiel.
... Queimem tudo!
4 comentários:
JJ anda bastante ácido, não? Vejo alguma coisa de lobo nele!
Obrigada pelos comentários, JJ. Esse poema aqui acima foi muito inspirador também, pode crer que estou virando fã destes Arautos... Estarei sempre por aqui a xeretar.;)
Evoé!
Corrigindo o malfadado post acima...
Acho guarda-chuvas senhores super elegantes... mas prefiro as escadarias...;))
Um mesmo mundo há mesmo de ser terrivelmente infiel! É o que temos que suportar nesta joça que um Deus sacana criou(porque ele existe! pra zombar com a cara da geral!) ... a nunca-alteridade.
Saudações dionisíacas
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