Novo ano é vaga que vem
Em borbulhas vem sonhando
Livre e solto no mar brando
Com a vida que não tem.
– Ide logo! Desta água aproveitai!
– Ide logo! Rumo à vaga que esvai!
Novo ano faz primavera
Das flores e cheiros tantos
Dos risos, festas e cantos
Das noites sem fim, quem dera...
– Apressai-vos! O degelo começa!
– Apressai-vos! Pelos prados, depressa!
Novo ano é potro selvagem
Belo corcel indomável
Coiceando – formidável!
Ditadores da pastagem.
– Cuidado! Não vades tentar domá-lo!
– Cuidado! Não sois o amo do cavalo!
Novo ano é céu de mistério
De regentes e ascendentes
Dos planetas complacentes
Com berçário e cemitério.
– Preparai-vos! Marte vai pra Plutão!
– Preparai-vos! Lá vem o escorpião!
Novo ano é chuva que cai
De altas nuvens de algodão
Expurgando almas do chão
Graças, em nome do Pai.
– Perdoar não está no imperativo!
– Perdoar não é verbo compulsivo!
Novo ano de ano não passa
Como o velho assim também
Muitos anos, nada além
E a vida? Que sem graça!
– Vivei! Todo ano tem a mesma idade!
– Vivei! Pois viver é continuidade!
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
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Um comentário:
Muito bom, DIego! Gostei do que li até aqui, sigo adiante...
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