sábado, 8 de dezembro de 2007

Completude da ausência

Não tens piedade
e não vens para gracejos.

Não nos pensa enganar
com teu precioso olhar
de pedra transparente.

De fato:

és bela!

és quase tragédia
em teus matizes de rosa
alegria desesperada.

E quanto mais distante
posso olhá-la além
tão mais cínico
se faz

teu desesperado gargalhar.

Que na tua presença
sei odiar-te amando
tua volúpia louca
de ser incompleto.

A completude da tua ausência
- não quero nem imaginar!! -

Odeio-te por te fazeres plena
quando te esvais
em trêmulos anos de procura,
de presente que se vai passando,
enquanto sei que em futuro
te irás passar.

Odeio-te, pureza,
enquanto tão mais aurora
tu te farás em silêncio!

Vida
que de tão magníficos
sentires e olhares,
se afasta em instante só
e és na treva de si mesma
tanta luz
que no seu ser escuridão
- solidão, impresente frieza -
te chamam-te morte!

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