sábado, 4 de outubro de 2008

Considerações sobre a cidade ad hoc

O sotaque vazio
É o maior dos milhões
Baldios transeuntes:
Os terrenos.

Beleza não há,
Nem orgulho pra ter
De viver monossílabo,
Todos pretos ou brancos.

Já o rio falecido deixou
A chuva viúva que segue
Chorando sobre muitos
Noés sem arcas.

As artérias caóticas,
No muito, entupidas,
Convulsivamente
Enfartam.

E em dias de abundantes
Horas de menos
É impossível ser feliz
Sob um céu sem estrelas.

Um comentário:

Cecil disse...

Horas de vadiagem sufocante, sem estrelas, no vazio, na surdez das horas... senti isso já muitas vezes.
Boa sacada, esse poema!
abs