quinta-feira, 4 de junho de 2009

Canção do Exílio

Minha escrita é filha biológica da tristeza.
Pensei em escrever. Precisei escrever. Vivo num Rio de Janeiro frio. Longe de minha terra e de meus amores. Exilado, pensei escrever. Precisei escrever. Mas já tudo estava escrito.
Segue o silêncio obediente de admiração.


Canção do exílio

"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite
-Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."

Gonçalves Dias

2 comentários:

Belém Neto disse...

Diego, esse estado há de passar.. Você precisa se dar conta das belezas do Rio e se deixar levar um pouco, vivê-las na medida do possível....

E frio... frio é inverno que já dura dez meses, o verão vai acabar e ainda não vi a cor do Sol.

Grande abraço e tome aí um chope gelado por mim!... Quando o calor voltar.

Até!

Laura C. disse...

Me lembra uma mpusica de Chico e Jobim (sente só a intimidade com que trato essas duas 'figuras'!) que se chama 'Sabiá'...