domingo, 8 de novembro de 2009

Psiquiatria

Alheios vão os próprios
afetos
correr dentre veias
assustadas.

À imaginação se
incorporam
abraços

desprendidos de
saudades onde não
se pode buscar
a negra calma
dos comprimidos
receitados.

Abracei-te quando
não estavas
perto
deste-me tua boca
e ausência.

Como insônia
eu o tomo
ao meu próprio
defeito
medicações
de solidão.

E quando me fizer
adormecer
cansaço
não me puder
presentear
com fuga
meu torpor será
teu apoio
onde debruçarem
no divã
minhas as angústias
de tantos devaneios.

Meu amor é
ausência,
tão logo minhas
mãos nada me tocam
à boca
solidão de
engolir negras
as tarjas
de exclamação.

4 comentários:

Dom Diego disse...

Tristemente bonito!

Lindo poema.

Anônimo disse...

Olá!

Qual seu e-mail de contato?

Abraço,
Cristiano
contato@webreside.net

Cecil disse...

Que dor elegante.
Meu amor também é ausência e é na ausència.
Bonita a parte final..."engolir negras tarjas da exclamação".

Sinto uma evolução aqui, não que antes fosse menos, mas agora está diferente. Escrita que adentra algum mistério apresentado e negado a quem lê.
:)

Laura C. disse...

Muito obrigada!

Cristiano, meu e-mail é lau.s.cortes@gmail.com

E, Cecília, gostei de você ter notado essa diferença. Eu ainda não tinha me dado por ela, mas se você diz, acredito.