quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

JANEIRO DE 2009

Este é um começo de ano que já começa turbulento, com cara de fim. Tenho pensado bastante nisso.

Tanto que até escrevi algumas crônicas sobre as atrocidades da desumana estupidez impregnada no confronto 'Israel versus Palestina'. Uma delas era até 'postável', se não estivesse agora perdida no meu pobre micro - que já amarga mais de vinte dias, esperando serem resolvidas pendengas do seguro residencial, para ser concertado. 

...

Enquanto bombas explodiam no oriente médio - quase em uníssono com fogos de artifício ocidentais desejosos por um 'feliz' ano novo - continuava a loucura (ainda maior!) dos mercados. Assim, como um 'presente' de dia de reis (e, aliás, quem governa essa balburdia?), milhares de sobrinhos do Uncle Sam levaram digníssimos pés na bunda, e foram para a fila do seguro desemprego (o que, aliás, está começando a acontecer por aqui: pois é, né, quem disse que o Brasil ia escapar dessa mesmo?).

E, no meio desta tremenda bagunça, a 'América' DELES surpreende o mundo com a imagem, cheia de esperança, de seu primeiro presidente negro (?), e ainda por cima filho de um muçulmano.

O que esperar disso tudo? Gostaria muito de dizer 'o melhor'. Infelizmente, qualquer pessoa sã não diria essas palavras. A barbárie em Israel parece querer por fim a si mesma - mesmo com todas as aparentes 'tréguas' - apenas quando irmãos semitas, judeus e muçulmanos, estiverem cara a cara no dia do Juízo Final (e como tal evento ainda não tem data marcada, e sequer foi mesmo 'confirmado'.................). 

A loucura (ainda maior) dos mercados parece estar apenas começando - e se esta já não fosse uma metáfora bem manjada, clichê mesmo, eu diria que a pobre Alice está apenas começando a perceber em que 'Maravilhoso' país foi se meter.

E o Obama? 
Ele me parece simpático. Falou em responsabilidade da América (DELES!), mas também não disse nada em deixar essa história de hegemonia pra lá (se bem que com toda essa confusão financeira, talvez nem precise...). Repetiu várias vezes que deseja que no seu país haja oportunidades iguais para todos - e mesmo sem grandes malabarismos de oratória, essa parte do seu discurso de posse me tocou. 

Ao menos ele tomou providências para fechar a tão famosa prisão de Guantanamo, algo que era de se esperar para a mínima coerência de um antigo advogado de direitos humanos. 

Uma esperança?

Bem... Sensato ou não, idealista ou não, politiqueiro ou estadista, não vai fazer grande diferença. Mesmo que Obama seja tudo o que aparenta ser, ele apenas é uma pessoa - que, francamente, soube vender de maneira magistral uma imagem de mudança em tempos tão incertos para nossos hermanitos lá de cima... 

Apenas uma pessoa - enquanto toda a engrenagem, ainda que capenga, continua a funcionar.

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E assim vai terminando o primeiro mês de um ano que, muito provavelmente, ainda trará explosivas surpresas. Aguardemos!

4 comentários:

Belém Neto disse...

Je suis tout à fait d'accord!

E eu diria que a decepção será bem grande, pois o mundo comprou o caminho da esperança, e de uma esperança tão grande que nem mesmo sabem o que esperam, logo as chances para uma grande frustração é enorme!

Bjs!

Cecil disse...

Hmmm... realmente este início de ano está com cara de fim... será como o personagem do filme Benjamin Button? ;)
Sobre Obama, acho que entenderam errado... ele por si só não pode mover as grandes massas de conflitos internacionais nem resolver a crise econômica, que é sistêmica do capitalismo... ela é muito orgânica, e não é com canetadas que um governo resolve... mas com Obama o negócio é outro. Líderes servem para inspirar, não para resolver problemas. E Obama inspira. Muito. É um símbolo e tanto. Isso já bastou para ativar a esperança. Já abstou pra mim.
Abraço, e parabéns a todos vocês pelos textos e este ótimo blog.

Hamilton disse...

Cara de fim?

É nada.

Isso é apenas o começo...

Laura C. disse...

De fato, só o começo...

Aguardemos as cenas do próximo capítulo (não consigo deixar de gostar dessa expressão levemente 'breguinha')