segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Férias, divagações, eu e Marjane


Como sempre, eu estava esperando que me aparecesse alguma narrativa interessante para postar. Enquanto isso, fui procurar no meu arsenal de poemas algum que merecesse ser botado aqui. Descobri que ainda tenho muitos versos escondidos, e que prefiro que grande parte deles continue assim - só meus, até que eles se tornem tão distantes, tão passados, que já não estejam mais falando de mim.
Só que, mais uma vez, não queria que esse blog ficasse parado. Então, pensei, vou escrever, mesmo que eu não tenha nenhum motivo especial para isso.
E é geralmente assim que começam as minhas crônicas, quando não tenho nada para fazer, e resolvo juntar em um texto só um monte de pensamentos soltos que vão pousando em mim de vez em quando, ou de vez em sempre.
Agora por exemplo, estou pensando em como essa é uma tarde calma, e como sutilmente está esfriando, e minhas mãos estão ficando geladas. O fim das férias prorrogadas pela suiníssima gripe invisível parece estar mesmo acabando. Uma semana a trás achei ótimo que tivesse tempo para ficar parada.
Não que eu exatamente tenha ficado. A semana teve seu corre-corre nas indas e vindas do meu estágio - que teoricamente deveria me ocupar apenas um dia por semana. De qualquer forma, houve tempo para que eu comprasse um presente dobradinha para meu pai (dias dos pais + aniversário) e ainda me presenteasse com algo que queria ter há tempos.
Não, não algo tão definitivo. Apenas mais uma narrativa para acumular entre pilhas de livros e filmes. Dessa vez um DVD: Persépolis.
Versão nacional, claro, pois a importada não cabe no meu bolso.
Foi um pouco decepcionante constatar que o energúmeno que escreveu a sinopse no verso da capa não assistiu o filme. Eu? ... já tinha assistido - numa dessas minhas idas ao cinema em dia de promoção, sozinha, no fim da tarde, em São Paulo. E também já tinha lido os quadrinhos.
E adorei repetir a dose. A história da Marjane Satrapi se mistura com guerra, ideologia, desilusões amorosas e drogas (acho que essa última parte fica mais explícita na comic novel). Um história de um Iraniana de nariz em pé. Não é de se espantar que estejam usando o Persépoles para falar das loucuras de Irã de hoje (não mudou nada).
Mas a história da Marjane não se resume a um conto político (o que por si só não deixa de ser digno de muita atenção). Diz sim respeito, eu acho, a um certo mal estar de juventude - bastante típico de quem costuma enxergar-se como um 'outsider'.
Talvez por isso - e também pelas passagens que não ficam livres de um certo senso de humor e autoironia - eu tenha me identificado tanto com ela.
Para quem estiver a fim, fica a dica!
E agora... bem, acho que não estou propriamente pensando em mais nada (é possível que se consiga essa proeza: não pensar em nada???).

Encerro por aqui (e essa frase fica como se fosse aquela coisa primária de escrever "fim" ao terminar a redação da tia).

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