sábado, 15 de agosto de 2009

Resumo I

Há quem prefira flores artificiais
Cujo viço é perene
E a beleza não murcha.

Há quem prefira café sem cafeína,
Antiácidos de abacaxi
E refrigerante sem açúcar.

Há quem prefira o sexo virtual,
O trabalho do parto
E a música eletrônica.

Mas no fim do dia,
Para que serve um quarto
Além de abrigo ao grito?

3 comentários:

Laura C. disse...

Sinceramente, eu prefiro refrigerantes sem açúcar...

Mas, de qualquer forma, tenho que admitir que esse é um dos seus melhores poemas.

Simples, direto e sincero.

(Dando uma de analista.... - olha só minha metidez)

Ele começa com um monte de exemplos de fugas, e termina justamente onde não há como fugir: na solidão.

E o melhor de tudo é que não entendi tudo (estou dando uma de Clarice Lispector agora, que adora quando não entende...):

"O trabalho de parto"

Esse verso para mim está enigmático, e é justamente o que mais gostei no poema inteiro.

Parabéns!

Dom Diego disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Dom Diego disse...

Devo um obrigado a você!
Dever de obrigação e obrigado de gratidão.

Gosto de análises, mesmo não sabendo como fazer. Com o perdão do clichê, mas o que eu escrevo é muito parecido comigo mesmo: eu não conheço muito de ambos. E como você sabe, a sentença não pode ser decidida pelo próprio réu. Ou pode?

Em tempo: recuperando a vontade de escrever... obrigado!