sexta-feira, 27 de julho de 2007

Casa dos espelhos

Tudo se confunde
Nos espelhos da casa
A vida se funde
À morte que abraça.

O amor se engrandece
No menor dos espelhos.
O são enlouquece,
O azul é vermelho.

Mentira é verdade.
Vaidade é inútil.
O inteiro é metade,
A beleza é fútil.

Faço-te crer,
De instante em instante,
Que eu sou você
Sem o mesmo semblante.

A noite é dia
E a reta curvou.
Um sábio sentia:
O fim começou.

Espelhos desabam
Em agonia sutil
Suspiros acabam,
A vida ruiu.

(poema de 2002)

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